sexta-feira, 2 de julho de 2010

Quem olhará por eles/quem olhará por nós???

Dia de jogo da seleção,acordei bem cedo, mas o objetivo era a partida: fui acompanhar,juntamente com um primo, meu querido avô ao banco, para que ele pudesse receber a aposentadoria.
Chegamos bem cedo, uma meia hora antes do banco abrir as portas, e o pátio já estava ocupado por dezenas deles. Todos com vestes e um jeito bem simples,conversando animadamente,esperando dar o horário.
Descobrimos que o guarda estava distribuindo senhas, logo meu primo pegou uma pro vovô.
"Nº 1, 2,3..." e assim por diante,até chegar o 51, e eles entrarem. Enquanto isso, fiquei esperando do lado de fora, observando o movimento e as coisas que aconteciam ao meu redor.
Fiquei pensando o por quê de não haver alguém ali pra dar informações, ainda que simples àquelas senhoras que estavam ali há mais tempo que a gente(e que não tinham nem um neto nem qualquer parente que seja para lhes descobrir que estavem distribuindo senhas). É uma coisa tão pequena,mas é uma delicadeza que acho indispensável à terceira idade.
Depois foram surgindo perguntas e mais perguntas na minha cabeça: há quanto tempo aquelas senhoras/senhores se conhecem? será que se conheceram na fila? ou tem histórias parecidas? quantos deles são arrimos de família? será que os parentes(filhos/as,neto/a,etc) lhes dão alguma atenção? Quem olha por eles?
Meia hora de elocubrações depois, surgem meu primo e meu avô, este todo contente, escoltado por nós dois.
Parece que neste país, ainda vai demorar um pouco para que se veja idade avançada com sabedoria,experiência,como nos países orientais.
Daqui há alguns anos,quem vai pra fila serei eu,meu primo,e os nossos coetâneos.E quem olhará por nós? Com sorte,talvez tenhamos netos que se disponham a nos acompanhar nessas aventuras do cotidiano. Mas seria um pouco mais simples se a sociedade toda ( incluindo nosso querido sistema bancário) olhasse com mais carinho para aqueles que tanto já trabalharam para construí-la.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Falso steady state

Durante uma corrida de longa duração(uma São Silvestre,por exemplo), depois de um certo tempo,entramos numa fase de steady state, na tradução literal, estado de equilíbrio, onde o corpo, tomado pelas endorfinas e serotoninas da vida, experimenta uma sensação ótima de bem-estar, de prazer.E eis que indivíduos não treinados caem numa cilada: por conta desse bem-estar, se danam a correr mais do que podem, mas no final,morrem na praia,porque gastarm mais do que tinham, enganados que foram por aquela gostosa sensação. Não é o caso dos corredores africanos, que são bem treinados e inteligentes.
Estou numa fase da vida parecida com o steady state.
Equilibrada que estou(mas não posso dizer que estou gozando de prazer de endorfina nenhum,infelizmente!),quero correr logo,rápido,pra terminar logo essa corrida que é meu tratamento aqui em SP, e,o mais rápido possivel,voltar pra minha quente e aconchegante cidade.
No meu caso, não corro o risco de morrer na praia,mas, o desejo que termine tudo,com toda ansiedade e angústia que tem me acompanhado,podem,aliás,irão me desconcentrar do momento presente,tão importante que ele é.
Tomara que isso termine logo. A corrida e a angústia.S

quarta-feira, 3 de março de 2010

Estar perto,estando longe

Não me lembro quando foi que senti um medo,um sentimento de impotência tão grande.
Eu aqui em SP. Na outra ponta do país, em São Luis, minha familia(mãe,irmão,cunhada,sobrinho e tia), voltando de madrugada do aeroporto, tiveram o carro abalroado 2 vezes, em algo que,pela descrição da minha mãe e do meu irmão, foi uma tentativa frustrada de assalto.Graças a Deus, ficou só o susto. E nenhum ferimento grave.
Sei que, se eu estivesse lá, não poderia ter feito muito coisa,mas a angústia que senti na hora,por não estar lá, foi horrivel.
Não sosseguei enquanto não falei com cada um deles,ouvindo várias vezes a versão do fato. Isso era o que me cabia: me fazer presente de alguma forma. a outra parte,coube a Deus, que deu serenidade a eles depois do ocorrido, proteção,discernimento...coisas que eu não conseguiria.
3 dias depois,estou mais tranquila...Sei que consegui estar bem perto deles,mesmo com essa distância chata.e eles agora, estão bem perto de mim.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Every moment was so precious...

Tem coisas que eu nunca pensei que um dia fossem acontecer comigo.Envelhecer é uma delas.Quer dizer, eu até sabia que iria acontecer,mas nunca visualizei,sei lá.Pois bem. O dia em que eu visualizei isso bem foi quando fui,no fim do ano passado à uma missa e depois um almoço, comemorativo pelos 10 anos em que saí do ensino médio.10 anos!
Me senti meio que num daqueles filmes americanos,onde a turma resolve se reunir depois de anos.
Mas,ao contrário dos filmes, que sempre tem uma polêmica, aquele dia foi só festa. Confesso que no começo eu não estava muito a fim de ir,mas a ideia de estar ali só pra celebrar a vida,momentos tão felizes de uma fase tão gostosa,sem grandes compromissos e com muitos desejos,ideais...Foi um dos meus presentes de 2009,de Natal,rever amigos queridos,reais,de longa data,tão diferentes entre si,mas com um bem-querer mútuo.
Aquele momento ficou congelado.Marcado.Ficaram só as coisas boas.E deu até vontade de repetir esse encontro.
Soube que,dias depois,teve um churrasco,com a mesma turma.Eu já estava de partida,não pude ir.Mas,entrar no colégio, 10 anos depois e reencontrar essa galera...Isso já valeu,e muito.
É muito bom ser velha e nova ao mesmo tempo!!!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

2010

Se eu dependesse do blog pra sobreviver...Quase 3 anos sem escrever nada.Mas ultimamente tem acontecido coisas que merecem ser escritas...

novos tempos...

Depois de um início turbulento, 2020 apareceu com boas novas: amanhã faço perícia para assumir um cargo em um seletivo que fiz em 2018. Uma ...